Eu não sou tão forte assim. Eu suporto muita coisa. Eu
suportei ser levada para psicólogos toda minha infância. Eu suportei ser
encarada como diferente, estranha, autista. Eu suportei mudar para outra cidade
no momento que eu tinha concretizado amizades. Eu consegui adquirir um “foda-se
os outros” como escudo para assegurar minha paz. Eu consegui gostar de mim,
mesmo diferente. Eu suportei um ano com um namorado que me xingava quase toda
semana. Eu aprendi a amar, perdoar e olhar sempre o lado dos outros. Eu aprendi
a fazer o bem sem olhar a quem. Eu aprendi a ser boa. Eu aprendi a escutar
reclamações da minha mãe. Eu tento dar conselhos. Ela nega. Ela nega tudo. Às
vezes ela chora. Eu quero abraçá-la. Mas cinco minutos e ela está brigando
comigo de novo. Eu não sou tão forte assim. Eu cuido de três cachorros e uma
gata. Eu cuido de uma casa inteira para que as reclamações dela sejam menores.
Eu tento estudar. Eu tento ganhar dinheiro. Eu tento trabalhar pelo bem do meu
curso. Eu tento segurar a saudade do amor da minha vida que está longe. Eu vejo
o lado dela. Minha mãe reclama. Ela está pior que eu. Eu sou mais forte que
ela. Eu não me coloco como vítima. Eu a coloco. Ela e sua mente. Ela não para. Ela
quer conversar. Eu deixo ela falar. O conversar dela é reclamar. Eu deixo. Eu
aconselho. Ela nega. Ela não quer ajuda. Ela quer reclamar, botar pra fora. Ela
ainda quer conversar. Ela fala da novela. Não, novela não. Tudo menos novela.
Novela me ofende. Ofende o amor que tenho pelo país. Ela quer falar. Ela está
com depressão. Ela quer ser abraçada. Eu não consigo. Eu não sou tão forte
assim. Desculpa.
domingo, 21 de abril de 2013
sábado, 20 de abril de 2013
Eu Te Amo
A vida é mesmo louca. Eu nunca
acreditei no “amor de uma vida”, sempre acreditei em vários amores em uma só
vida. Acho que porque nunca soube o que era ter pais casados, pois meus pais se
separaram quando eu tinha dois anos. Quando eu tive meu primeiro namorado, eu
passei a acreditar... brevemente. Porque depois de poucos meses o namoro se
tornou algo depressivo que corroía a minha alma e que ao mesmo tempo, por uma
certa teimosia burra, eu tinha medo de abandonar, e com isso abandonar o que
pela primeira vez eu tinha acreditado: no amor de uma vida.
Em meio àquele namoro conturbado,
eu conheci um outro homem, que logo se tornou meu amigo. E logo se apaixonou
por mim e me conquistou sem esforço algum, pois ele era a pessoa que eu sempre
quis amar. E, infelizmente, também era a pessoa que escutava eu reclamar do meu
namorado e ao mesmo tempo pedir para que ele arranjasse outra, pois eu não
podia amá-lo, mesmo já amando.
Depois de alguns meses de
teimosia burra e estúpida, eu terminei com o meu namorado e comecei a namorar
meu amigo, que me amava.
Daqui a alguns dias completamos
seis meses de namoro e eu posso dizer que estão sendo os melhores meses da
minha vida. E que é uma vitória para mim estar seis meses em um namoro sem
brigas, pois no outro no primeiro mês já houve uma, que lembro até hoje.
Há seis meses eu estaria
caminhando pela universidade e se olhasse um casal feliz como nós eu pensaria,
pessimista: eles estão apenas no começo, não sabem o que os espera.
Agora parece tudo diferente. Seis
meses é muito pouco, mas eles já me fizeram acreditar que existe o amor da
minha vida. A ponto de minha mãe me perguntar se ele me ama para sempre. Sim, “para
sempre”, ela perguntou. E eu disse sim. É cedo ainda para fazer essa afirmação¿
Se eu visse qualquer outro casal eu diria que sim, mas o que nós temos me faz
afirmar quantas vezes forem necessárias. E se minha mãe pergunta, acho que
transparecemos isso.
Essa certeza é tão forte a ponto
também de eu querer falar isso para todo mundo. Eu, que, com minha teimosia,
odiaria falar algo que estivesse errado ou incerto, que depois alguém fosse me
falar “eu avisei”. Não, ninguém me fala avisos (ao contrário do meu antigo
namoro, que todos falavam para eu terminar). Porque ninguém pode enxergar problemas
na perfeição.
Porque é isso o que o amor é:
perfeito. Obra e presente de Deus.
E agora eu acredito: no amor da
minha vida. A ponto também de falar pra minha mãe, em meio à uma reclamação
dela, que ela não encontrou o amor da vida dela. Que talvez já tenha visto, mas
não enxergado. Mas que ele realmente existe. Ou existiu, se já morreu (eu e
minha imaginação cruel e dramática).
E agora eu acredito nisso, que
cada vida, cada ser humano, tem o seu amor. Seu único, seu eterno. Seu.
Te amo, Dan!
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